Ice Hotel 2
Não te pude dar um hotel de gelo
mas fomos patinar, fazer corridas de tobogan e gozar com o pai natal do guiness
Não é mau :P
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Não te pude dar um hotel de gelo
mas fomos patinar, fazer corridas de tobogan e gozar com o pai natal do guiness
Não é mau :P
A semana passada fui tocar com a minha banda à festa de Natal de uma prisão, Caxias.
Kms de arame farpado, grades, paredes, guardas. Dois portões gigantes separam liberdade de reclusão.
Foi um choque ver como a vida ali é difícil e uma alegria contactar com pessoas que apesar de terem cometido erros (que qualquer um cometeria em iguais condições desde o nascimento até ao momento da falha) conseguem receber melhor que muitos senhores bem na vida. A verdade é que em muitos bares e festas fui mais mal tratado do que por aqueles criminosos.
Levou-me a pensar que a pena de morte é uma barbaridade, uma oportunidade deve ser sempre dada a quem falha. E a pena capital não resolve nada para a sociedade.
Na memória fica o músico de rua que elogiou tantas vezes a banda e que daqui a oito meses está fora e nos vai voltar a ver; o chefe dos guardas que adorou a bateria (embora seja mais da onda de baterias grandes, à Led Zeppelin); a directora tão simpática; a professora de música que tanto dançou; e a banda dos reclusos que tocou o "Amor neste Natal" na sua maneira muito própria. :) Não me vou esquecer do baterista que tantas vezes me ofereceu as suas baquetas e ofereceu-se para ajudar em tudo. O serralheiro que vai agora arranjar o pedal da bateria do Estabelecimento Prisional; o guarda que já tinha visto a banda, o psicólogo que queria era ouvir Iron Maiden, o teclista gigante que cantava João Pedro Pais melhor que o João Pedro Pais e todos aqueles que contribuiram para um dos concertos mais marcantes da minha curta carreira musical.
Em sete anos toquei com várias bandas e músicos, sempre gostei de tratar os que estão "atrás" e "à frente" como iguais. Na prisão eu fui tão músico como os outros, ainda que eu tenha tido escolas de música, baterias decentes, etc. e o meu homólgo só tivesse conhecido a bateria já dentro das redes de arame farpado.
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